terça-feira, 1 de julho de 2008

E tome lenha, arquiteto!

Nesses dois empreendimentos que serão logo em seguida apresentados abro um parêntese para comentar o árduo caminho trilhado, que serviu como um aprendizado profissional, um verdadeiro batismo de eventos onde o prefixo “des” se fez presente: desrespeito, desdém, descaso, desfaçatez, descaramento.
Foram muitos os obstáculos que se fizeram presentes desde o início da concepção arquitetônica, principalmente pelo ausência de contrato formal e pela forma como as conversações se deram, visto a empresa ter nacionalidade portuguesa e o contato no Brasil ter se dado através de um representante local da mesma. Ou seja, o link se dava nessa seqüência: profissional→representante→empresa→representante→profissional.
Lembra aquela brincadeira infantil da mensagem que um transmite para o outro e que acaba perdendo seu conteúdo original no final.
Em síntese, com os projetos registrados no CREA (ART) e aprovados na prefeitura municipal, a empresa resolveu contratar um outro profissional para alterações nas cores das fachadas das edificações, atropelando sem o menor pudor o autor do projeto, sem sequer um comunicado de pêsames. Pior ainda o papel do profissional que ao aceitar a incumbência, sem autorização de quem de direito, faltou com os princípios de ética e valorização tão necessários a qualquer profissão, sem esquecer, é óbvio, da flagrante afronta ao direito autoral, passível de ajuizamento nas esferas legais: “O arquiteto que for convidado para elaborar ou continuar um trabalho profissional já entregue anteriormente a outro arquiteto deverá notificá-lo imediatamente, e só aceitará o serviço quando o vínculo anterior estiver completamente encerrado, respeitando assim os legítimos interesses do colega.”
Para encerrar a chuva de desregramentos, e por que não dizer, como golpe final, a campanha publicitária divulgou adivinha quem como autores do “Projeto Arquitetônico” (com ênfase para diferenciar os demais campos de atuação do arquiteto, a saber: ambientação, paisagismo, design, urbanismo, etc)? O responsável pela arquitetura de interiores (ambientação) e aquele que faltou com a ética profissional. É o que, mah? Pois é, quem manda ser arquiteto de primeira viagem com pretensões “megalopólicas” (isso mesmo, não é megalomaníacas), com um escritório nas costas?
E agora, a pergunta que não quer calar: E o que o Zé mané aqui fez?
Levando em consideração o profícuo relacionamento profissional existente, já há muito tempo, e dos laços afetivos com várias componentes do grupo que aqui representava a matriz, e a via crucis a que é submetida qualquer ação legal nesse país, principalmente no que diz respeito a danos morais envolvendo direitos autorais x embate de forças contra empresas de porte financeiro robusto, busquei o caminho do diálogo a fim de encontrar um denominador comum.
Valeu a experiência, arquiteto descuidado é bucha de canhão!

Sem mais delongas, seguem as características das edificações:

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